Call of Duty: Modern Warfare 2: Frenesim da guerra improvável
E se, num futuro próximo, a Rússia atacasse os Estados Unidos através de uma invasão convencional? A improbabilidade é apenas uma das missões que temos de enfrentar em "Call of Duty: Modern Warfare 2", o FPS (first person shooter) obrigatório neste final de 2009.
Desenvolvido pela Infinity Ward para a PlayStation 3, Xbox 360 e PC, este segundo capítulo de "Modern Warfare" (MW) até pode fraquejar no argumento, e já lá vamos, mas mantém todas as qualidades da série "Call of Duty" - nascida para surpreender nos terrenos e episódios da II Guerra Mundial. Depois da mudança no primeiro MW para cenários, digamos, mais contemporâneos, esta nova incursão veio confirmar toda a expectativa criada até à data do lançamento.
Mais uma vez enfrentamos o frenesim dos campos de batalha - às vezes tão frenéticos que nem há tempo para explorações --, agora numa sequência de eventos que têm por base a mente maquiavélica do terrorista russo Makarov. E é exactamente aqui que deixamos as únicas reservas.
O argumento de MW 2 é confuso, pouco consistente e vale-se de truque algo rasteiro ao incluir um episódio (determinante para a história) onde o jogador é confrontado com a hipótese de participar numa chacina de civis inocentes em pleno aeroporto de Moscovo. É verdade que os programadores deixam à nossa consideração a entrada nesse momento de infâmia, mas houve quem não gostasse e entendesse aquele nível como desnecessário.
Em frente. Os vídeojogos podem ser assim, incorrectos, porque são apenas isso mesmo - videojogos. E MW 2 é dos melhores no género "tiro-neles". Do gelo russo às favelas do Rio de Janeiro; do Médio Oriente à cidade de Washington, os vários operacionais que vamos interpretar têm pouco tempo para pensar. Cenários destrutíveis, armamento variado (só 2 armas de cada vez...), veículos para tripular, sequências animadas de grande nível, enfim, temos acção para os mais exigentes.
O modo campanha pode não ser longo (umas 6 horas aos tiros), mas as variantes "special ops" (pode ser em modo cooperativo) e online completam oferta de nível superior. Para públicos mais crescidos, por motivos óbvios. Testado na versão PS3, merece um 18 na nossa classificação de 0 a 20.
por Paulo Renato Soares in 'Record Online'