domingo, 23 de abril de 2017

desmascaradas as DEFICIÊNCIAS de Nuno Espírito Santo como Treinador....


Independentemente da possibilidade nada pequena de poder ser a equipa de Nuno Espírito Santo a campeã em Portugal na presente temporada, será preciso recuar muitos anos para encontrar um FC Porto tão pouco aprazível do ponto de vista táctico quanto o da época actual.
Inconcebíveis as opções ofensivas de uma equipa com qualidade para muito mais. Não é uma questão de incapacidade, a equipa de Nuno com bola nem sequer tenta construir e criar de forma inteligente. Não tenta sequer chegar às zonas ofensivas proporcionando que quem receba o faça de forma confortável. É tudo à procura do choque, do físico, do duelo ganho no ar, da vontade imensa. Entrega tudo à maior aleatoriedade das bolas paradas (mesmo tendo os melhores de Portugal nesse capítulo específico, é sempre mais difícil ao treinador de controlar o sucesso / insucesso em tal momento do jogo).
A forma como jogadores deste nível seguem planos de jogo que em nada os beneficiam, e se entregam sem rodeios a este tipo de jogo será sem dúvida um dos maiores méritos do treinador portista. Acredite que não é fácil convencer jogadores de nível alto a terem como principal recurso ofensivo o passe longo para a frente, e se os atletas do FC Porto demonstram tal nível de perseverança, tal só é passível porque algo de bom Nuno vai construindo. Porém, algo de bom bem longe do que é a competência que se deve trazer para o relvado.
Construiu Nuno uma equipa colectivamente bem preparada para os momentos defensivos? Não, de todo.
No momento defensivo o FC Porto é uma equipa com poucos princípios. Vale-se exclusivamente de dois pontos chave.
1 – Qualidade individual dos cinco mais recuados, cujos traços defensivos são incríveis (diferente de serem os melhores defesas e médio defensivo da Liga), que lhes permite mesmo enfrentando muito espaço e pouca entreajuda, resolver cada lance;
2 – Opção de ofensivamente esticar na frente e nada “arriscar” no ligar o jogo pelo chão, garante que nunca perde a bola demasiado balanceado para a frente. Nunca perde a bola exposto defensivamente. E é precisamente na transição ofensiva (nos primeiros 6,7,8,9,10 segundos após a recuperação) que nos dias de hoje surge a grande maioria dos golos.
O video (pelo qual peço desculpa pela falta de qualidade! Tive problemas com o editor de videos) traz a maioria das perdas de bola dos primeiros dez minutos (!!!) do FC Porto em Braga e ajudam a perceber dois pontos já por cá muito debatidos:
a) Processos ofensivos rudimentares, pouco elaborados e à espera somente do ganhar a bola no ar, no duelo, na bola parada.
b) Opções ofensivas a serem do ponto de vista táctico a principal razão para consentir tão poucos golos a equipa azul e branca. A perda que se dá com a equipa bem preparada defensivamente. Afinal, quando se bate tanta vez na frente, a equipa fica praticamente toda atrás da linha da bola. Retira as transições ofensivas ao adversário a equipa de Nuno. Porém, fá-lo à custa de um processo ofensivo lastimável.
Pensar no quão criticado foi Vitor Pereira, cuja equipa apresentava um estilo de jogo do melhor visto por essa Europa fora na última década, relembrando a consternação com que as críticas feitas ao jogo rudimentar de Nuno Espírito Santo foram recebidas, só demonstra o nível de entendimento do jogo que grassa por este Portugal.                                                                                  

by Rodrigo Castro