Zero de critério, zero de inteligência. Bola na frente, a chegar em péssimas condições, e os avançados que consigam dominá-la e inventar algo, mesmo sabendo que receber “balázios” e dar-lhes sentido (receber e enquadrar) é de uma dificuldade extrema.
Um jogo nada pensado. Naquilo que está ao alcance de um treinador definir, a organização ofensiva do FC Porto é das coisas mais primitivas que se podem observar na última década em Portugal. Um retrocesso completo a um passado em que o jogo eram correrias, intensidade e muita reza para que algum adversário falhe.
Bola no corredor lateral é para morrer ali. Ou sprint e bola na área mesmo sem olhar, ou bola por cima para o mesmo corredor para que alguém a domine.
Não é só a bola que é mal tratada pela inexistência de ideias. Os próprios movimentos sem bola são sempre no intuito de a receber nas costas das defesas adversárias. Joga uma espécie de Rugby a equipa de Nuno. Estica, vai ao duelo. Se o perder, pelo menos subiu uns metros.
Defensivamente, não se consegue encontrar qualquer coordenação ou definição de movimentos colectivos. Tudo se fica pelo geral: Danilo à frente da linha de quatro e… desenrasquem-se. O desnível individual dos grandes para os pequenos é de tal forma absurdo em Portugal que tal vai sendo suficiente para impedir os golos ao adversário. O problema é que a equipa está sempre muito afastada e mesmo resolvendo os lances defensivos com defesas e Danilo, tem a equipa longe para poder ligar rapidamente e pelo chão as transições.
Naquilo que o treinador controla, será preciso recuar quase uma dezena de anos para se ver uma equipa grande em Portugal com o nível da de Nuno Espírito Santo. Este FC Porto é um recuar ao futebol de antigamente. Fica a curiosidade de mesmo assim, estar a três pontos do primeiro lugar.