domingo, 28 de dezembro de 2008

José Ribeiro e Castro ataca o extremismo de Paulo Portas no Expresso...


Nesse ponto o CDS tem um discurso de extrema-direita? É claramente um discurso não personalista, para além de que não é uma linha séria. É o regresso do CDS à política dos nichos - acham que há aqui um nicho de pessoas que estão alarmadas e que não conhecem a realidade. Nesta questão nós temos problemas, temos que ter cuidado, eu sou adepto de uma política de imigração rigorosa, prudente, mas [este discurso do CDS] é completamente irresponsável e agressivo para os imigrantes. E sabemos que há fenómenos de criminalidade que muitas vezes têm a ver com os ilegais, não têm a ver com imigração legal. E muitas vezes esta criminalidade atinge em primeira linha os imigrantes. Este combate contra a criminalidade faz-se em colaboração e diálogo com as associações de imigrantes. Também acho que os partidos políticos, e nomeadamente o CDS, têm responsabilidades de integração, eu procurei que nas eleições autárquicas nós integrássemos imigrantes nas nossas listas.

A pergunta é se este discurso do CDS é o que é feito noutros países europeus por partidos de extrema-direita.
Não sei se são todos de extrema-direita... Acho é que o uso da política de imigração como arma de arremesso eleitoral é obviamente um discurso que resvala para o extremismo. Eu sou de direita, mas a tradição da direita portuguesa é integradora. Na Lei da Nacionalidade do dr. Salazar, de 1958, o princípio é "jus soli", ponto final parágrafo.

Saída de Nobre Guedes: “Portas disse que tinha sido uma questão de cansaço, sem razões políticas. Guedes disse que saiu por divergências políticas. Há aí uma obscuridade que não é boa”

Está a querer dizer que Salazar estava mais à frente do que este CDS?
Não, as circunstâncias mudam, o quadro é outro. Nós não temos os problemas de outros países, por isso temos que ter cuidado quando importamos modelos.

podem ler a entrevista na íntegra aqui no Expresso Online